Não é habitual que se submeta uma criança a uma sala de cirurgia. Contudo, há um procedimento cirúrgico que é quase um clássico na idade infantil: a extração das adenoides.
As adenoides alcançam seu tamanho máximo durante a puberdade, momento em que começam a diminuir. Seu crescimento (hipertrofia de adenóides) ou sua infecção crônica ocorrem durante a infância, mas sua extração está justificada somente em casos de obstrução nasal persistente e em casos de infecções frequentes. Trata-se de uma intervenção excepcional em adultos. Para o otorrinolaringologista Cláudio Coelho, membro da Sociedade Brasileira de otorrinolaringologia, as crianças que extraem as amídalas ou as adenóides não sofrem perdas na sua resistência. “Outros tecidos linfáticos do organismo suprem as suas funções”, afirma.
Sintomas de alerta – processos como, infecções, alergias ou fatores irritantes – podem provocar um aumento de tamanho das adenóides fazendo com que persista a inflamação. Estes quadros clínicos sem gravidade podem repetir-se e chegar a colocar em risco a vida do paciente.
Os especialistas concordam que a extração das adenóides está justificada somente no caso de obstrução nasal persistente ou de infecções repetidas, que provocam freqüentes otites, ou secreção persistente em um ou ambos ouvidos.
A criança ou o adulto com adenóides aumentadas ou com infecção de adenóides, podem apresentar alguns dos seguintes sintomas: · Dificuldade de respirar pelo nariz, o que leva a respiração pela boca; fala como se o nariz estivesse obstruído; respira ruidosamente; ronca durante o sono; pode ter apnéia (deixa de respirar durante alguns segundos enquanto dorme); secreção nasal, com muco permanente no nariz; tosse noturna; otites agudas freqüentes; gânglios no pescoço; repercussão geral e perda de peso, principalmente nos lactantes e febre.
Segundo Cláudio Coelho, a solução seria o tratamento inicial das infecções das adenóides com antibióticos. “Normalmente estes transtornos são recorrentes e as adenóides hipertrofiadas causam verdadeira dificuldade de respirar, com apnéia e problemas na fala, além de influir na aparição de otites”, alerta. Nesse caso o otorrinolaringologista poderá indicar a cirurgia.