A otite externa tem chamado a atenção dos especialistas por sua incidência cada vez maior em países tropicais. No Brasil, o numero de casos aumenta 70% no verão, época em que as pessoas vão mais a praia, piscina e cachoeira.
Segundo o otorrinolaringologista Cláudio Coelho, membro da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e professor universitário no Rio de Janeiro, por ser uma cavidade quente, úmida e escura, o ouvido reúne condições que facilitam inflamações e a ação de bactérias. “A entrada de água ou substâncias que podem causar lesões, até durante a limpeza, também colabora para o problema”, alerta. Ele também considera que o aumento da umidade relativa do ar, aliado a essas condições, colabora com os fatores de risco para adquirir a doença.
A otite externa é um tipo de infecção que ataca o canal externo, região que fica entre a entrada do ouvido e o tímpano. Coelho diz que a população, em geral, pratica esportes aquáticos e toma banho de mar, piscina e cachoeira sem antes passar por uma avaliação médica.
– O simples contato com a água retira as camadas de cera que protegem o ouvido favorecendo a doença, sem mencionar que a pele é muito fina nessa região e qualquer trauma local propicia a infecção, explica Cláudio Coelho.
Prevenção – É recomendado que se passe por consultas médicas regulares para verificar se o ouvido não apresenta lesões e foco de infecções. O ouvido produz cera que funciona como uma camada protetora. “Nunca vamos saber quem tem tendência a produzir grande ou pequena quantidade de cerume, no entanto, os dedos não devem ser usados para a limpeza do ouvido, nem instrumentos como hastes flexíveis, pois podem empurrar detritos para o interior do canal, onde ficam acumulados e facilitam a retenção de água, gerando a proliferação das bactérias e fungos”, explica o especialista.
Coelho recomenda que a limpeza seja feita depois do banho, somente com uma toalha e até onde ela alcança:
– O ouvido mesmo dá conta de colocar a cera para fora. Como a haste não é um gancho e não puxa o cerume, acaba empurrando o material cada vez mais para dentro. Isso forma uma rolha que só pode ser retirada no consultório médico com instrumento específico, esclarece.